Quem pode?
Sou professora e por mais que me esforce não aceito e não consigo entender por que uma lei federal aprovada em “2008” que define um piso salarial nacional na carreira do magistério continua sem aplicação? Lei que o governo insiste em não aplicar, mesmo tendo seus questionamentos derrotados nos tribunais.
Eu cidadã, posso adiar o cumprimento de uma lei federal por 3 anos? Além de não cumpri-la conforme é determinada, posso também retirar outros direitos daqueles a quem esta lei ampara?
Onde estamos?
O que aconteceria comigo, cidadã e professora, neste caso?
Posso dizer, após perder uma disputa nos tribunais que não cumprirei uma decisão judicial?
Ou duas? Três talvez?
Pode um cidadão não cumprir a lei? E alguém, pessoa ou instituição pode?
Então, quem pode?
O governo?
Pode o governo de um estado colocado em quarto lugar no país quanto ao PIB per capta, pagar aos seus professores um dos piores salários do Brasil?
Pode um governo não aplicar os 25% determinados em lei destinados a educação, ou desviar finalidades de recursos da educação para outros setores, pagar aposentados com estes recursos, o que é terminantemente proibido também em Lei?
Pode este mesmo governo dizer que não tem dinheiro, quando economizou 1.000.000.000,00 ( um bilhão de reais), orgulhar-se disso, divulgar tal feito e continuar a dizer que não dispõe de dinheiro para cumprir a lei?
Afinal, para onde irá este dinheiro? Como? Quando?
Pode um governo dizer “por toda a Santa Catarina”que as “pessoas estão em primeiro lugar”?
Pode um governo, ou melhor, deve um governo ou seus representantes em meio a uma crise na educação de seu estado que afeta uma categoria de mais de 60.000 servidores (ativos e aposentados), alunos, pais e toda a sociedade, ter outras prioridades? Ou viajar para a Europa? Quem sabe Gramado? Canela?
Pode nestas condições, adiar inúmeras reuniões, criando insegurança e levando trabalhadoras e trabalhadores ao extremo da resistência, enquanto os dias letivos se passam sem que isso pareça estar colocado em suas agendas de compromissos como prioritários resultando na situação atual?
Aprendi com meus pais e professores, e, ensino aos meus alunos que a lei deve ser cumprida que devo fazê-lo. Recuso-me enquanto cidadã e professora a dar ou “receber”qualquer lição diferente desta, porque preciso acreditar na justiça e continuar lutando por respeito a minha profissão e por uma educação pública e de qualidade.
Porque somos todos iguais perante a lei.
Obrigada queridos alunos, pais, mães e toda a sociedade por entenderem e continuarem apoiando nossa luta e se indignarem tanto quanto eu.
Pedra Aparecida de Souza, supervisora escolar em Laguna.
Nossa Minha Amiga Professora Pedrinha...
ResponderExcluirNeste texto você conseguiu de forma simples e real, sintetizar toda uma Luta, na qual estamos passando ainda...
Um luta desigual... COVARDE... por parte de um Governo (democraticamente eleito), mas que autoritamente se faz perante a humildes, mas Valorosos Professores... Há... Colombo !!! Esqueces da mão de Deus, esqueces das suas promessas, esqueces, esqueces, esqueces tanto, que um dia serás esquecido... E se um dia fores lembrado, serás por tua Arrogância, Prepotência e por sua Falta de Caráter... Que pena !!! Mas, nós Guerreiros da Regional de Laguna, "descendentes" de Anita iremos até o FIM... Até a Vitória, mesmo feridos e "maltrapilhos", mas de cabeças erguidas, sem dever nada a ninguém, com nossas consciências limpas... Obrigado Amiga Pedrinha pelo texto... Pela sua reflexão... Abração de PAZ e FORÇA à você e todos os Guerreiros Professores da Nossa Região e de Todo o Nosso Estado de Santa Catarina...
(Marcelo Magalhães - AE do Ana Gondin - Laguna)
E tem mais professora, pode um infeliz (governo) pedir ajuda a um órgão STF, onde determinou que aplicasse a lei do piso. É muita cara de pau. Estamos na luta e sempre ligados. Prof. Roberto,caputera.
ResponderExcluir