Na tarde de ontem, aconteceu mais
uma rodada de negociações entre SINTE e CONER na sede da Secretaria de Estado de
Educação. A tabela do plano de carreira e seus percentuais de reajuste foram os
temas principais da reunião. Décio Vargas, o negociador da SED, afirmou a
elaboração de cinco modelos de tabelas, estas que foram encaminhadas para a
Secretaria de Administração, para que se submetessem a uma previsão de valores,
visto que, os modelos devem ser rodados como se fossem folhas de pagamento para
que sejam analisados os valores reajustados e o impacto financeiro para o
Estado.
O SINTE cobrou a apresentação de
propostas concretas, sendo que essa era a previsão para esse encontro, porém,
Décio afirmou que houve o atraso nas repercussões das tabelas, por conta da
folha de pagamento, que utiliza o mesmo sistema, ele disse que para a próxima
reunião, dia 05 de junho, deverá trazê-las.
Mesmo assim, algumas projeções
foram apresentadas aos sindicalistas através do “datashow”, tabelas estas
baseadas no modelo criado e aprovado pela categoria na Assembleia de Lages, no
ano passado. A meta é a descompactação da carreira do magistério, oportunizando
principalmente a progressão dos trabalhadores (as) com mais de 20 anos de
serviço, estes, os mais prejudicados com o atual plano. Hoje a tabela vai do 1A
ao 12G, para que haja a progressão após os 20 anos, ela deverá ser do 1A ao 6J.
Desta maneira será revisto o enquadramento entre níveis e referências para quem
está em final de carreira.
Com relação ao Piso Nacional
exigido pela categoria, o sindicato mantém sua posição de que o mesmo seja pago
a todos, quanto à falta de recurso por parte do Governo, conforme reafirmam em
todas as mesas, os sindicalistas dizem que são problemas de gestão, porque
recursos têm.
A questão da reposição de aulas
também foi motivo de debate na reunião, isso porque, apesar do Governo liberar a
elaboração dos calendários respeitando a autonomia das escolas, conforme
solicitação do sindicato, ainda há o impasse com relação à continuidade dos
descontos em folha. A posição do SINTE é de que sejam suspensos os descontos
imediatamente, visto que, há a vontade dos professores em repor os dias/aulas
parados. O que já foi descontado poderá ser pago posteriormente, mas continuar
descontando com os trabalhadores repondo é absurdo, destacam os
sindicalistas.
“Para que tenha um calendário que
seja cumprido, tem que parar os descontos. A categoria se sente punida duas
vezes, uma porque vai repor, aumentando sua jornada de trabalho e ainda será
descontada, vai ter professores que vão se recusar a repor diante destes
descontos”.
O SINTE orienta os trabalhadores
(as), com relação à reposição, que cada escola deve observar seu calendário e
contar as faltas somente dos dias de trabalho escolar efetivos entre os dias 23
de abril e 08 de maio, inclusive o dia 30 de abril, véspera do feriado,
analisando se esse dia foi ou não de atividade na escola. A SED afirmou ainda,
que até ontem não tinha recebido nem 50% dos calendários de reposição das
escolas do Estado.
O SINTE também colocou em pauta na
reunião duas denúncias de autoritarismo nas regionais de Itajaí e Joinville. Em
Itajaí, a GERED, que afirma ter recebido parecer da Procuradoria Geral do
Estado, está querendo obrigar os professores a cumprir a hora atividade (período
de preparação de aulas, direito previsto no plano de carreira) nas escolas,
inclusive com ameaça de exoneração dos diretores que não cumprirem tal ordem,
sabendo que, a Lei 1139/92 do plano de carreira, estabelece que, se a escola não
oferecer condições para o cumprimento da medida, o professor está desobrigado a
realizar a hora atividade na escola.
Ao ser questionada sobre o assunto,
a Diretora do Ensino Básico da SED, afirmou que a gerência deve se lembrar da
fala do Secretário Deschamps na reunião de Canoinhas, e que
não existe por parte do Governo nenhuma proposição quanto a isso, sendo
desautorizada essa fala por parte das GEREDs que a utilizarem.
Já em Joinville foi colocado na
reunião que está sendo cobrado dos trabalhadores o recreio monitorado, com
punição e responsabilização dos professores por brigas, ou algo do tipo que
possam acontecer na escola em tal período. O SINTE reafirma que o recreio é
garantido aos professores como intervalo de descanso após horas corridas de
trabalho e que essa prática nunca deveria ser utilizada nas escolas. Mais uma
vez a SED afirmou que esse encaminhamento não partiu do Governo.
Ao final da mesa, ficou decido que
para o dia 05 de junho, o CONER trará as projeções das tabelas do plano de
carreira, e no dia 13 uma proposta final, esta que ainda poderá ser renegociada,
já que o SINTE exigiu que a proposta seja analisada pela categoria em reunião
com o Conselho Deliberativo, diferentemente do que aconteceu com a última, que
foi repassada ao Sindicato menos de 24 horas antes da Assembleia Estadual do dia
17 de abril, não oferecendo tempo hábil para análise da mesma.
Sinte-SC
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