terça-feira, 26 de maio de 2020

SINTE SC PROTOCOLA NOVO DOCUMENTO NO CEE E MP SOBRE AS CONDIÇÕES DE TRABALHO DOS/AS EDUCADORESAS NA PANDEMIA

O SINTE-SC protocolou novo documento junto ao Conselho Estadual de Educação – CEE e Ministério Público, onde apontou os diversos problemas que estão enfrentando os/as trabalhadores em educação no trabalho remoto, durante a grave pandemia que vivemos.
No documento, o sindicato afirma que reconhece, antes de qualquer coisa, o direito a vida e ao isolamento social como forma de prevenção contra a contaminação pelo novo coronavírus e contenção da pandemia, e o direito a Educação, mesmo de forma não presencial, a todos/as estudantes.
Entretanto, os trabalhadores estão relatando ao SINTE momentos difíceis na condução dos trabalhos a distância, sendo assim, a entidade enviou ofício apontando os seguintes problemas destacados pelos professores/as:
1 – A maior prioridade, neste momento, deve ser o cuidado com a vida de todos(as) e a manutenção do distanciamento social, como forma de prevenir e diminuir a possibilidade de contágio;
2 – A implementação do ensino não presencial, de forma abrupta, gerou sobrecarga de trabalho e está afetando a saúde mental dos/as Professores/as;
3 – O cumprimento da jornada de trabalho de forma estendida, aliado falta de estrutura física nas casas, (móveis e equipamentos), está causando também problemas físicos aos Profissionais da Educação;
4 – Diversas escolas não estão tendo autonomia na definição dos trabalhos e atividades;
5 – Os/as Professores/as devem fazer a readequação dos planejamentos para a nova realidade do ensino não presencial, mas está sendo cobrado de forma duplicada e repetida, o que causa um aumento desnecessário do trabalho;
6 – O processo de ensino não presencial criou um sistema pressões em cascata. (SED pressiona as Coordenadorias Regionais de Educação, que pressionam as equipes gestoras das escolas, que pressionam os/as Professores/as, que pressionam pais e estudantes),
7 - A cada semana, aumenta o número de estudantes que não acessam as plataformas online e solicitam a entrega de atividades impressas, devido as dificuldades de acesso. Em alguns locais, na primeira semana o número de acessos foi alto, mas caiu para menos da metade nas semanas seguintes;
8 – Há grande preocupação sobre a necessidade ou não de se trabalhar as mesmas atividades e conteúdos após o retorno à normalidade, para suprir as deficiências de aprendizagem ou para cumprir a carga horária obrigatória;
9 – A disponibilização dos números de telefones particulares dos/as Professores/as está causando transtornos e cobranças de pais e estudantes em qualquer horário;
10 – Há uma dificuldade muito grande de se trabalhar com estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental, principalmente os que ainda não estão alfabetizados. Nestes casos é quase impossível utilizar as plataformas online;
11 - Está ocorrendo um crescente descontentamento dos pais e mães, que reclamam da falta de preparo para ajudar os/as filhos/as e percebem que o rendimento escolar deles está comprometido;
12 – Também esta ocorrendo o aumento das reclamações de pais e mães que não tem tempo para ajudar os estudantes por estarem trabalhando e/ou por não ter o conhecimento dos conteúdos curriculares, e por não dominar a metodologia e os processos para realização das atividades propostas;
13 – Falta de informações sobre os critérios e procedimentos que deverão ser seguidos para destinação dos kits de alimentação escolar. Muitas familias que deveriam receber os alimentos sequer foram informadas disso, e quando informadas, receberam uma quantidade de alimentos muito inferior ao comunicado, ou sequer receberam.
Diante destas diversas questões levantadas, o SINTE solicita que essas instiuições intercedam junto ao Governo do Estado, no sentido de garantir, principalmente:
1 – Uniformidade nas orientações sobre a utilização das plataformas online e as exigencias quanto a adequação e adaptação do planejamento dos/as Professores/as, evitando a cobrança para realização de trabalhos e postagens duplicadas ou triplicadas;
2 – Orientação para utilização apenas das plataformas online, que permitem o registro dos conteúdos trabalhados, e não disponibilização de redes sociais ou números de telefone particular dos/as Professores/as para o atendimento aos Estudantes e familiares;
3 - Que os/as Professores/as tenham sua jornada de trabalho respeitada, não sendo cobrados ou consultados fora de seu horário normal de trabalho, como forma de preservar a saúde física e mental dos/as Professores/as,
4 – Garantir, quando do retorno as atividades normais, um período ou tempo para recuperação paralela, onde cada escola ou professor/a poderá organiza-la com suas turmas, buscando nivelar os conteúdos com todos os/as estudantes.
5 – Buscar junto ao Governo do Estado e SED, aprimoração dos critérios para obtenção e a divulgação sobre quem tem direito aos kits de alimentação escolar, com efetivo acompanhamento por parte do Conselho Estadual de Alimentação Escolar e promotorias;
6 – Criação de um grupo de trabalho para conversar, semanalmente, sobre os desdobramentos vivenciados pela comunidade escolar a partir da implementação do ensino não presencial, com representante da Secretaria de Estado da Educação, Fundação Catarinense de Educação Especial, Conselho Estadual de Educação, Ministério Público e SINTE/SC.

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