Em visita a escola indígena Tekoa Marangatú no município de Imaruí-SC, além de conhecer (in loco) como funciona uma escola estadual indígena, constatamos o descaso que a SED - Secretaria Estadual de Educação tem também com estas comunidades de cidadãos Catarinenses, e entenda por que:
Depois de muita espera a comunidade indígena foi contemplada com a reforma e ampliação da escola existente. E esta começou em meados de janeiro/2012 segundo o Cacique Floriano, com prazo de entrega de 300 (trezentos dias) segundo placa afixada em frente ao local e sem a exibição do custo total da obra.
Acontece que em meio às obras várias irregularidades na execução e materiais empregados, comprometem a longevidade da edificação, tais como madeiras utilizadas nas tesouras e guias para recebimento do telhado e sustentação do forro, em madeira de eucalipto branco verde (madeira sem tempo suficiente para secar e por isso ser considerado inadequado para este tipo de manuseio) e sem tratamento autoclave que impede a infestação por cupins, o que certamente acontecerá em breve. Como também o fato da madeira nestas condições se retorcerem totalmente o que mostram as fotos do telhado em anexo.
Outra situação que verificamos foi às aberturas em alumínio colocadas nas janelas, que tristemente é dinheiro público rasgado, pala qualidade baixa da mesma.
Mas o que mais nos causa indignação é que quando solicitamos audiência com o Secretário Estadual de Educação e seus assessores, e fomos prontamente atendidos já na semana seguinte. Mas somente com a responsável pelo ensino da SED e depois com o engenheiro responsável pelas obras da SED. Demostrando que assim que o Sr. Secretário não tem a menor boa vontade com as escolas regulares, também mantem o descaso com a Escola Indígena.
Com a responsável pelo ensino, a mesma começou a audiência ouviu varia solicitações pedagógicas e depois se retirou, ficando a responsável pela educação indígena da SED para finalizar a audiência.
Com o Engenheiro, relatamos as irregularidades na execução da obra e o mesmo em sorriso disfarçado confirmou que estaria visitando as obras na Aldeia e exigir correções imediatas. Isto foi na manha do dia 20/07/12, e até o dia de hoje 09/11/12, esta visita não aconteceu. Nem tampouco as promessas pedagógicas que a secretaria estadual ficou de encaminhar.
Do mês de julho até hoje a obra andou um pouco mais, mas já faz muitos dias que os operários não aparecem na obra para que sejam finalizados os trabalhos que ainda levaram um bom tempo. Segundo o Engenheiro Responsável é por falta de pagamento do Estado para a empreiteira.
Mas como sabemos da relação do Estado com as Empreiteiras que prestam serviços nas obras estaduais, tudo é possível. Desde o Estado não pagar ou a Empreiteira receber e não executar a obra.
Neste caso, segundo o Cacique Floriano e o professor André que nos acompanhou durante a visita, o Engenheiro responsável lhes informou que foram até onde puderam suportar com a falta de pagamento por parte do Estado e que se não houver a quitação da divida do que já foi feito e para terminar, as obras ficaram do jeito que estão. Ou seja, ficaram inacabadas.
Com a resposta a SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO e as EMPREITEIRAS. Todas juntas, a fim sabermos quem é o mentiroso na história.
Para que isto aconteça, estaremos protocolando esta semana pedido de audiência no Ministério Público Federal em Tubarão (jurisdição Federal da Aldeia) a fim de solicitar a averiguação dos fatos.
Com relação ao título da denúncia, é que o Estado mantém obras inacabadas em todas as regiões, sem falar aquelas que estão caindo literalmente e não tomam providências.
Enquanto isto, crianças e professores são tratadas como entulho pelos governantes, sem o direito a um lugar digno para estudar e lecionar.
MARCELO SPECK DA ROSA
Secretario Adj. de Org. do Sul
RUDMAR MACHADO CORREA
Coordenador da Regional Laguna
Fotos:
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